Como não poderia deixar de ser, o sistema de trocas Cubo Card começa a ter alcance internacional, assim como outras iniciativas do cenário musical independente, como a ABRAFIN.
Hoje mesmo foi postado no site MUSIC DISH uma matéria sobre o cenário independente trazendo referências do Brasil, como as iniciativas do Cubo Card potencializando o mercado independente e bandas como Macaco Bong e Vanguart, além da ABRAFIN.
Confiram a matéria na íntegra pelo próprio site ou traduzida por aqui:
Artistas independentes no Brasil: música alem das majors funciona
Durante a Conferencia MIDEM, tive a oportunidade de falar com o com David Mcloughlin da BM&A (Brasil Música E Artes). David tem muita informação interessante pra compartilhar sobre o mercado musical brasileiro, principalmente sobre como a música independente encontrou um jeito muito inovador de fazer sua voz (e música) ser ouvida - sem a ajuda das majors.
A BM&A é patrocinada pela Apex-Brasil, cujo objetivo é aumentar o número de empresas exportadoras brasileiras e consolidar a presenca do país nos mercados tradicionais, abrindo portas para produtos brasileiros. A Apex surge em novembro de 1997, via decreto presidencial e funcionou como departamento especial do SEBRAE até fevereiro de 2003, quando foi renomeada Apex-Brasil e comecou a atuar como agencia autonoma associada ao ministerio do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior.
O mercado da majors tem tradicionalmente controlado a indústria musical brasileira, com repertório local que soma 70% do mercado. Nos últimos 15 anos, entretanto, observou-se um aumento significante no mercado de produção independente, que lança até 4 ou 5 novos álbuns por ano. Recentemente, por necessidade, a maior parte dos artistas independentes lançam seus próprios álbuns, mesmo as vendas tradicionais sejam uma raridade; uma vez que a maior parte dos selos de gravação comecaram vendendo seus produtos a preços baixíssimos para cadeias de supermercados, assim como aconteceu no Wal Mart no Estados Unidos, e assim se acabavam as pequenas lojas de discos. E com o fim delas, os artistas independentes nao tem por onde vender seus produtos. Grande parte dos selos independentes bem estabelecidos (estimados por volta de 150) estao diversificando em outras areas, seja vendendo livros de criancas, shows ou assumindo projetos culturais.
Nos anos mais recentes, a partir da nova tecnologia somada ao uso da internet (tanto como ferramenta de negócios como de promoção) observamos um aumento massivo do número de artistas independentes focados tanto no aspecto artístico quanto no aspecto de gestão de suas carreiras. Entrar numa indústria que , ou está morrendo, ou está no sofrimento do parto, dependendo do seu ponto de vista, eles se veem obirgados a buscar e desenvolver novos modelos.
Em cuiaba, Mato Grosso, produtores culturais criaram o Cubo Card, um sistema de troca onde artistas e produtores trocam servicos. Isso permitiu com que artistas ganhassem acesso a estudios, musicos de boa qualidade y boas gravações, a assim comecaram a gravar demos, albuns, organizar shows - um mundo que anteriormente estava fora do alcance economico dos artistas independentes. A iniciativa nao apenas coloca musicos juntos num estudio - da a eles acesso a jornalistas, designers, fotografos, produtores de video e ate hoteis e restaurante, entre outros. O projeto está, atualmente, sendo abracado pelo setor independente por todo o país.
O mais impressionante que isso vem sendo feito nos últimos 2 a 3 anos. Quando a Revista Rolling Stone Brasil anunciou os top 50 albuns de 2008, o primeiro foi o do Macaco Bong, trio instrumental de rock. Vanguart, outra banda independente, tambem estava entre o top 20. Ambas surgiram a partir do esquema do Cubo Card.
Atualmente, várias cidades tem festivais locais, e musicos de uma regiao viajam a outra pra tocar. Para atingir a demanda dos artistas que queriam tocar nos festivais, organizadores de diversos festivais criaram a ABRAFIN. A ABRAFIN coordena as datas dos festivais para permitir que as bandas entrem em turnes. Para facilitar o traslado das badnas entre festivais, cada festival mostrou ao seu governo local quanto estava sendo gerado - empregos, receita - a partir destes. Com o crescimento desse setor crescendo, aumentaram tambem as associacoes e cooperativas de produção cultural. Esses grupos organizam os artistas tanto politica quanto profissionalmente.
A nivel profissional, muitas das organizacoes comecaram a trabalhar com os SEBRAEs, que em conjunto com a BM&A organizam cursos de capacitacao e conferencias sobre temas relacionados a producao cultural, como distribuicao, direito autoral e incentivos fiscais para projetos culturais. Muitos estado brasileiros desenvolvem programas de exportacao junto a BM&A para dar vazão ao seu trabalho. A frase que mais corre nesse meio atualmente é a economia da cultura. Os SEBRAEs, os coletivos e cooperativas mapeam a producao cultural local, areas que requerem investimento público e parceiros para auxiliar no processo.
A BM&A, junto com parceiros regionais, promove a cada seis meses o "Comprador & Imagem", projeto no qual convidados internacionais de diferentes areas dentro da industria musical sao convidados ao Brasil para conhecer produtores locais e trocar metodologias, informacoes e gerar oportunidades de negocio.
Mesmo que muitos artistas ainda adorariam ter contrato com uma major, isso já nao se prova relevante. Mesmo com repertorio na radio e distribuicao de cds limitada, eles consegue alcancar sucesso. A cena independente brasileira esta se fortalecendo. Quase 50 bandas independentes brasileiras tocaram em festivais como SXSW, Womex e CMJ entre 2009 e 2010, e estes números estão aumentando.
Entao qual é a lição a ser aprendida? Bom, que a internet é uma ferramenta poderosa que da acesso a informacao que as pessoas antes nao possuiam antes. E que a aprtir dela, as pessoas que adquirem conhecimento, se articulam e sao determinadas encontram nela o caminho pra fazer as coisas acontecerem.
Hoje mesmo foi postado no site MUSIC DISH uma matéria sobre o cenário independente trazendo referências do Brasil, como as iniciativas do Cubo Card potencializando o mercado independente e bandas como Macaco Bong e Vanguart, além da ABRAFIN.
Confiram a matéria na íntegra pelo próprio site ou traduzida por aqui:
Artistas independentes no Brasil: música alem das majors funciona
Durante a Conferencia MIDEM, tive a oportunidade de falar com o com David Mcloughlin da BM&A (Brasil Música E Artes). David tem muita informação interessante pra compartilhar sobre o mercado musical brasileiro, principalmente sobre como a música independente encontrou um jeito muito inovador de fazer sua voz (e música) ser ouvida - sem a ajuda das majors.
A BM&A é patrocinada pela Apex-Brasil, cujo objetivo é aumentar o número de empresas exportadoras brasileiras e consolidar a presenca do país nos mercados tradicionais, abrindo portas para produtos brasileiros. A Apex surge em novembro de 1997, via decreto presidencial e funcionou como departamento especial do SEBRAE até fevereiro de 2003, quando foi renomeada Apex-Brasil e comecou a atuar como agencia autonoma associada ao ministerio do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior.
O mercado da majors tem tradicionalmente controlado a indústria musical brasileira, com repertório local que soma 70% do mercado. Nos últimos 15 anos, entretanto, observou-se um aumento significante no mercado de produção independente, que lança até 4 ou 5 novos álbuns por ano. Recentemente, por necessidade, a maior parte dos artistas independentes lançam seus próprios álbuns, mesmo as vendas tradicionais sejam uma raridade; uma vez que a maior parte dos selos de gravação comecaram vendendo seus produtos a preços baixíssimos para cadeias de supermercados, assim como aconteceu no Wal Mart no Estados Unidos, e assim se acabavam as pequenas lojas de discos. E com o fim delas, os artistas independentes nao tem por onde vender seus produtos. Grande parte dos selos independentes bem estabelecidos (estimados por volta de 150) estao diversificando em outras areas, seja vendendo livros de criancas, shows ou assumindo projetos culturais.
Nos anos mais recentes, a partir da nova tecnologia somada ao uso da internet (tanto como ferramenta de negócios como de promoção) observamos um aumento massivo do número de artistas independentes focados tanto no aspecto artístico quanto no aspecto de gestão de suas carreiras. Entrar numa indústria que , ou está morrendo, ou está no sofrimento do parto, dependendo do seu ponto de vista, eles se veem obirgados a buscar e desenvolver novos modelos.
Em cuiaba, Mato Grosso, produtores culturais criaram o Cubo Card, um sistema de troca onde artistas e produtores trocam servicos. Isso permitiu com que artistas ganhassem acesso a estudios, musicos de boa qualidade y boas gravações, a assim comecaram a gravar demos, albuns, organizar shows - um mundo que anteriormente estava fora do alcance economico dos artistas independentes. A iniciativa nao apenas coloca musicos juntos num estudio - da a eles acesso a jornalistas, designers, fotografos, produtores de video e ate hoteis e restaurante, entre outros. O projeto está, atualmente, sendo abracado pelo setor independente por todo o país.
O mais impressionante que isso vem sendo feito nos últimos 2 a 3 anos. Quando a Revista Rolling Stone Brasil anunciou os top 50 albuns de 2008, o primeiro foi o do Macaco Bong, trio instrumental de rock. Vanguart, outra banda independente, tambem estava entre o top 20. Ambas surgiram a partir do esquema do Cubo Card.
Atualmente, várias cidades tem festivais locais, e musicos de uma regiao viajam a outra pra tocar. Para atingir a demanda dos artistas que queriam tocar nos festivais, organizadores de diversos festivais criaram a ABRAFIN. A ABRAFIN coordena as datas dos festivais para permitir que as bandas entrem em turnes. Para facilitar o traslado das badnas entre festivais, cada festival mostrou ao seu governo local quanto estava sendo gerado - empregos, receita - a partir destes. Com o crescimento desse setor crescendo, aumentaram tambem as associacoes e cooperativas de produção cultural. Esses grupos organizam os artistas tanto politica quanto profissionalmente.
A nivel profissional, muitas das organizacoes comecaram a trabalhar com os SEBRAEs, que em conjunto com a BM&A organizam cursos de capacitacao e conferencias sobre temas relacionados a producao cultural, como distribuicao, direito autoral e incentivos fiscais para projetos culturais. Muitos estado brasileiros desenvolvem programas de exportacao junto a BM&A para dar vazão ao seu trabalho. A frase que mais corre nesse meio atualmente é a economia da cultura. Os SEBRAEs, os coletivos e cooperativas mapeam a producao cultural local, areas que requerem investimento público e parceiros para auxiliar no processo.
A BM&A, junto com parceiros regionais, promove a cada seis meses o "Comprador & Imagem", projeto no qual convidados internacionais de diferentes areas dentro da industria musical sao convidados ao Brasil para conhecer produtores locais e trocar metodologias, informacoes e gerar oportunidades de negocio.
Mesmo que muitos artistas ainda adorariam ter contrato com uma major, isso já nao se prova relevante. Mesmo com repertorio na radio e distribuicao de cds limitada, eles consegue alcancar sucesso. A cena independente brasileira esta se fortalecendo. Quase 50 bandas independentes brasileiras tocaram em festivais como SXSW, Womex e CMJ entre 2009 e 2010, e estes números estão aumentando.
Entao qual é a lição a ser aprendida? Bom, que a internet é uma ferramenta poderosa que da acesso a informacao que as pessoas antes nao possuiam antes. E que a aprtir dela, as pessoas que adquirem conhecimento, se articulam e sao determinadas encontram nela o caminho pra fazer as coisas acontecerem.
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